Produção cresce, mas preço do açúcar nesta safra se aproxima de recorde real, aponta Cepea

Produção cresce, mas preço do açúcar nesta safra se aproxima de recorde real, aponta Cepea

Levantamentos do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostram que o preço do açúcar cristal no mercado paulista na parcial da safra 2016/17 é o segundo maior, em termos reais, para o período, de toda a série do Cepea, iniciada em 2003 para o produto. Os altos patamares ocorrem mesmo diante da maior oferta neste ano. Usinas do estado de São Paulo têm priorizado a produção da commodity, com o mix desta safra 2016/17 sendo mais açucareiro. A valorização se deve, em grande parte, aos aumentos das cotações internacionais, devido às estimativas de déficit global.

De abril a primeira quinzena de agosto, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar cristal, cor Icumsa entre 130 e 180 (estado de São Paulo), registra média de R$ 83,42/saca de 50 kg, 51,2% acima da de intervalo equivalente da temporada passada e atrás apenas do valor médio de igual período da 2011/12, quando alcançou R$ 88,40/sc – todos os preços foram atualizados pelo IGP-DI de julho/16.

O último relatório da União da Indústria da Cana de Açúcar (Unica) indicou que a produção de açúcar no acumulado da safra (de 1º abril a 1º de agosto) avançou 26% na região Centro-Sul e 24,3% em São Paulo, em relação ao mesmo período da safra anterior, totalizando 16,9 milhões de toneladas e 11,52 milhões de toneladas, respectivamente. Na média do estado de São Paulo, 51,8% da cana foi destinada à fabricação de açúcar na parcial desta safra, ante os 48% do mesmo período da temporada passada.

No mercado externo, problemas com a produção de cana em países grandes produtores, como China, Índia, Tailândia e União Europeia, reduziram a oferta mundial de açúcar. Esse cenário vem abrindo ainda mais espaço para o açúcar brasileiro.

De janeiro a julho, o País exportou 37,76% mais açúcar que nos sete primeiros meses de 2015, atingindo 15,41 milhões de toneladas, de acordo com a Secex. O estado de São Paulo foi responsável por 10,708 milhões do produto embarcado no período, ou 69,4% do total.

ETANOL – No mercado paulista de etanol, o impulso para os preços vem principalmente da oferta reduzida. Apesar do avanço da moagem, usinas paulistas seguem priorizando a produção de açúcar. De abril a julho, o Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado (estado de São Paulo) está em R$ 1,4612/litro, 5,7% superior ao de igual intervalo de 2015. Para o anidro, cotado a R$ 1,6354/l, a valorização é de 6,6% em igual comparativo.

De acordo com os dados do Cepea, os recordes reais para o período de abril a julho foram atingidos em 2011 para o anidro, de R$ 2,225/l, e em 2006 para o hidratado, de R$ 1,7896/l (valores deflacionados pelo IGP-M de julho/16). A produção de etanol alcança 12,82 milhões de litros no Centro-Sul, incremento de 7% em relação à temporada passada. Em São Paulo, o avanço foi de 6,5%, a 6,57 milhões de litros – dados Unica.
 
Fonte: Cepea

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