O sindicato que representa os postos de combustíveis no Estado de São Paulo informou nesta quarta-feira (19) ser inviável qualquer redução no preço da gasolina comum, mesmo após a queda dos preços nas refinarias anunciado semana passada pela Petrobras.
Segundo o Sincopetro, a forte elevação nos últimos dias no custo do etanol anidro, produto que é misturado à gasolina pura nas distribuidoras antes de a gasolina comum chegar às bombas, vai neutralizar o corte no preço feito pela estatal petroleira.
O governo brasileiro contava com a queda da gasolina no varejo como um fator adicional de combate à inflação, de olho em um cenário que permita a queda dos juros e estimule a recuperação da atividade econômica.
"Mesmo com a redução de 3,2% anunciado pela Petrobras no preço da gasolina, com o aumento do preço do etanol anidro, que entra em sua composição em 27%, a redução do preço da gasolina torna-se inviável", disse o sindicato em nota.
"Atualmente a revenda não tem como absorver esse custo e não tem outra alternativa senão repassar aos consumidores os valores cobrados pelas distribuidoras."
De acordo com o indicator Cepea/Esalq, da Universidade de São Paulo, os preços do anidro subiram quase 15% no último mês, à medida que se aproxima o fim da safra de cana-de-açúcar no centro-sul do Brasil.
As usinas brasileiras, além disso, têm dado preferência à produção de açúcar nos últimos meses, já que o produto registrou forte alta no último ano no mercado internacional devido a um déficit global na oferta.
Os futuros do açúcar bruto na bolsa de Nova York (ICE) estão nos maiores níveis dos últimos quatro anos.
Fonte: http://g1.globo.com/economia/seu-dinheiro/noticia/2016/10/alta-do-etanol-impede-queda-do-preco-da-gasolina-na-bomba-dizem-postos.html